domingo, 16 de janeiro de 2011

Sobre como os outros nos veêm


Ontem a minha prima Zé esteve cá em casa e trouxe uma prenda de Natal atrasada porque ainda não tinhamos estado juntas. Ela estava com medo que eu não gostasse. Quando me deu o saco disse, sabes quando eu as vi pensei logo em ti e no tipo de mulher que tu és. Só te conseguia imaginar a ti com elas calçadas. Espero que te sirvam e que gostes. Bom eu fiquei muito curiosa e quando abri o saco tinha lá umas luvas pretas super sofisticadas daquelas que vão acima dos cotovelos com uns botões em pele a acompanhar o interior da luva juntinhos quase como se fossem atilhos de um corpete. Claro que eu amei a prenda e vou usar. Mas ás vezes fico confusa entre aquilo que sou, o que quero ser, quem mostro que sou e quem deveria mostrar ser. É que eu opto por usar jeans, camisolas simples, ténis e botas. Ok, gosto muito de certos acessorios e uso. Tenho o roupeiro cheio de vestidos deslumbrantes com sapatos e malas a condizer, alguns até têm colares feitos de tecido ou aplicações para o cabelo iguais á roupa e depois raras vezes os consigo usar porque toda a gente olha para mim na rua e eu fico com vergonha. Uso quando saio com um homem com bom gosto e sinto-me bem por andar assim vestida com ele na rua, quase como se estivesse protegida dos olhares alheios. Mas se for numa saida só de raparigas, embora vá bem maquilhada e vestida, vou de uma forma que não quero de notem a minha presença. Isto é uma confusão, quase que pareço um transexual que tem dificuldade em se assumir. Tenho que mudar isto este ano. Eu gosto de lingerie sexy e de meias de liga e baton vermelho, saltos altos e vestidos deslumbrantes, usar chapeus, luvas tais como as que recebi ontem e isso simplesmente isso faz de mim uma mulher coquette, mas a forma como me olham quando me revelo assim deixa-me desconfortavel. Pois que se lixem esse olhares de gente que eu não conheço. A familia sabe quem sou e gosta de mim como sou e sabe vêr isso tão bem que a prova foram as luvas que eu recebi ontem. Um dia alguém me disse - olhos profanos não veêm quem és. Pois hoje eu digo, problema que quem tem esse olhar, certo?

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