sexta-feira, 4 de maio de 2012

Por outro lado

Porque é preciso saber olhar para aquilo que de mau nos acontece, para além do óbvio. É preciso saber entender o lado positivo das dificuldades, por muito complicado que isso nos pareça. O dia de ontém foi mau, muito mau. Nem houve capacidade para cá colocar o post diário, visto que não conseguia escrever uma frase coerente que fosse. - Acordei cansada como já tem sido hábito nos últimos tempos. Arrastei-me até a empresa e quando ia tomar o pequeno almoço, eu e a C decidimos que tinhamos que ir á rua beber café, se não era impossivel aguentar o dia que tinhamos pela frente. 1 minuto depois de estarmos lá fora caiu uma chuvada tão grande que fiquei a parecer um pinto. Quando regressamos ainda tentei secar a roupa na casa de banho, mas não havia muito a fazer. Voltei para a minha secretaria e comecei a sentir-me desconfortavel com o ar condicionado a incidir sobre as costas molhadas. Já sabia que ia acabar por ficar doente e liguei para o sr fofinho para que me pudesse trazer roupa dele para eu trocar.

O lado positivo da questão
Ter um namorado que vive a 5 minutos da empresa dá muito jeito. De qualquer forma eu não iria conseguir estar com ele nesse dia, pelo que foi bom ter ido levar roupa seca na minha hora de almoço e ainda termos meia hora para estarmos juntos e matar as saudades. - Saí do trabalho directa a igreja para pedir um certificado de baptismo visto que não encontro o meu livro de baptizado. E tenho que dizer isto com toda a franqueza, o padre da minha paróquia é um mal disposto. Fico só por aqui e acrescento que nunca na vida aquele padre vai fazer o meu casamento ou baptizar os meus filhos. O registo não estava na igreja, porque como o meu pai é fuzileiro, fui baptizada na capela do mar, pelo Capelão da Escola Naval. Vá de ligar a uma prima e pedir que fosse cmg á Marinha falar com o Capelão e pedir o registo. Já quase que corria para o carro, quando esbarro com um médico amigo que tem seguido um familiar meu. Acabou por me dizer que a pessoa em causa tem nódulos no pulmão e que existe a possibilidade de ser cancro. Combinamos que ele iria verificar melhor a situação com os colegas pneumologistas e caso tivesse que ser feita uma biópsia me avisava. De qualquer forma eu teria que dar a noticia á pessoa em questão e á minha familia.

O lado positivo da questão
Não há nada como um padre militar. Cheguei á capela e estava fechada. Perguntamos onde ficava a casa do Capelão e fomos bater á porta. Ele que não nos conhecia de lado nenhum, abriu a porta de sua casa e recebeu-nos muito bem. Encontrou logo o meu registo de baptismo e em vez de fazer uma simples cópia, fez uma nova cédula para a qual a minha paróquia cobra 10 euros, e ele fez sem cobrar fosse o que fosse. Ficou contente por ter companhia e por o termos ido visitar. O assunto ficou resolvido e sem custos. Fui ainda ás compras e quando regressei foi a altura de contar o que o médico me tinha dito e explicar á familia a situação. Reagiram todos melhor do que pensei. A pessoa que está doente também, disse-me inclusivê que já desconfiava há alguns anos do que poderia ser, pelo que encarava com muita naturalidade a situação e até pensa que pode não ser maligno. E eu fiquei muito mais aliviada com a atitude de todos, porque já temia o pior. Não deixa de ser uma má noticia, mas há um lado positivo em saber que as pessoas são fortes e estão preparadas para tentar lidar com a situação da melhor forma possivel.

Ainda existe mais um pormenor. Quem ler este post e for fumador talvez possa pensar 2 vezes naquilo que nos está a acontecer e ainda parar a tempo... quem sabe?

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