terça-feira, 14 de agosto de 2012

As Berlengas

Já há alguns anos que queria ir ás Berlengas e como este ano tenho tentado fazer os meus passeios e viagens seguindo a ideia do famoso "Vá para fora, cá dentro" decidi que era uma boa altura para ir visitar a ilha. Afinal se existem tantos destinos portugueses que temos vontade de conhecer, nada melhor do que fazê-lo numa altura em que o país precisa tanto que deixemos o nosso (pouco) dinheiro cá. Escolhi um fds de verão para fazer esta visita, por ser um periodo normalmente mais tranquilo para as travessias de barco desde o cais de Peniche até ás Berlengas e porque uma vez estando na ilha ainda se pode fazer um bocadinho de praia. Assim partimos num sábado de manhã rumo a Atouguia da Baleia. Ficamos a dormir num hotel na praia da consolação mesmo virados para as dunas. Este ano foi muito fácil e acessível adquirir uma noite de hotel com um bom pequeno almoço e uma piscina agradavel por menos de 40 euros. Quem quiser seguir a dica é ir dando um olhinho no site de compras colectivas os forretas. Depois de uma tarde passada a "piscinar" fomos jantar no coração de Peniche mesmo junto ao cais. Para desmoer a boa papinha que por ali se come (o creme de marisco estava divinal) passeamos pela feira local e pelo cais de embarque para perceber onde comprava os bilhetes, e onde poderia deixar o carro no porto.




Na manhã seguinte quando chegamos ao cais para comprar os bilhetes, ESTAVA TUDO ESGOTADO! Aconselho vivamente a fazerem as reservas com dois dias de antecedência. O maior operador é a Viamar, onde nos dirigimos primeiro para adquirir os bilhetes. Como já não tinham lugares para aquele dia fomos até ao stand da embarcação Julios onde nos deram a possibilidade de aguardar pelas falhas nos levantamentos de bilhetes reservados. Este barco é bem mais pequeno e tem uma organização mais familiar. Nós e um grupo de 5 estudantes de erasmos de várias nacionalidades aguardamos 20 minutos até nos confirmarem que tinhamos vagas por falta de comparência de outros passageiros. Yupy! Foi por pouco... e lá fomos nós para o barco.




Fomos na proa do navio! Estava uma manhã encoberta á saida do porto de Peniche. Na proa a vista é melhor e têm uns pufs confortaveis para os passageiros. Tudo parecia normal nos primeiros 10 minutos de viagem, depois começou a tormenta! Vagas enormas que faziam parecer o barco minusculo. Quem como nós ia na proa teve a verdadeira percepção do que é um mar bravio. As ondas atingiam com força o navio e atravessavam o mesmo de uma ponta a outra. Temos que ir muito bem seguros e é impensavel levantarmo-nos ou tirar fotografias durante a travessia sob pena de irmos nós e a máquina borda fora. Já me tinha informado sobre esta viagem de barco e  levamos logo vestidos os fatos de banho, havaianas e roupas leves por cima. Chegamos ás Berlengas encharcados até aos ossos e com o sal do mar já seco na nossa pele. Por isso se quiserem fazer a viagem com a adrenalina ao máximo já sabem - vão na proa, mas levem roupa que se possa molhar e nada de ténis ou sapatos fechados. O preço dos bilhetes ida e volta no mesmo dia são 18 euros por pessoa.




Aqui vinha o grupo dos "7 loucos da proa" com uma foto tirada logo no inicio da travessia. Esta leva cerca de 40 minutos para percorrer os 15 km de distância entre Peniche e as Berlengas e são 40 minutos interminaveis. Quem disser que não teve medo, mente. Ter medo é bom, deixa-nos vigilantes e prepara para algo que pode acontecer. Não se pode é entrar em pânico de cada vez que levamos com uma onda em cima... e depois aconteceu o que acontece sempre! A seguir à tormenta vem a bonança e chegamos ao paraiso na terra. De inicio pode parecer confuso e que está muita gente na ilha, mas é o impacto inicial, porque é no cais que se concentram mais pessoas que acabaram de chegar, ou que estão a espera de pequenas embarcações para fazer mergulho, passeios nas grutas ou transporte até ao forte São João Batista.






Depois de chegarmos, fomos logo para esta praia onde colocamos as nossas roupas molhadas nas cordas e fomos nadar nesta água bem gelada, mas que já não nos fazia diferença nenhuma porque afinal encharcados já nós lá tinhamos chegado!




Por volta das 15h fomos de novo ao cais de embarque procurar o pequeno barquinho que nos ia levar no passeio pela costa da ilha e até ás grutas. Comprei logo os ingressos juntamente com os bilhetes da travessia ainda em Peniche, mas também podem comprar localmente que o preço é o mesmo, cerca de 4.50 euros.



Aquilo que primeiro avistamos é o farol e o Forte São João Batista. E honestamente não há muito mais que vêr além disto. O resto é beleza pura, mar fauna e flora com recantos maravilhosos. Algumas formações rochosas a que os locais dão nomes engraçados como esta a que chamam a tromba de elefante e olhando para ela percebemos porquê.











Convém levar na mochila comida e água para durante o dia. A ilha apenas tem um restaurante/café e os preços são elevados. Nós levamos alguns snacks, mas depois do passeio ás grutas fomos comer 2 pregos, 2 coca colas e dois cafés e a conta ficou em 15 euros. Para quem quiser lá pernoitar tem que pensar nas 3 hipoteses existentes - ou o parque de campismo que tem que ser reservado com alguma antecedência, ou o Forte São João Batista, que tem que ser reservado com muita antecedência ou ficar num dos 6 quartos do pequeno hotel da ilha (o único sitio que tem água doce) e onde os preços em época alta rondam os 100 euros por noite. Tanto quanto sei a partir da 1h da madrugada cortam a energia electrica até de manhã e o único sitio que se mantem com electricidade é também o pequeno hotel e restaurante. Outro pormenor importante é a protecção solar. Eu que sou uma couve flor com pernas e que coloco sempre protecção de factor 50 apanhei uma insolação nos ombros e num joelho. Sim, já tinha feito bastante praia até então, estava até mais morena do que o habitual e já me tinha besuntado bem com creme protector e ainda assim fiquei queimada. Penso que foi durante o passeio de barco e nem senti, por isso muita atenção que o sol ali não é como no "continente". Se forem assim clarinhos como eu...




então coloquem uma tshirt quando fizerem o passeio no barco, por muito calor que possam ter. Se ao fim de 15 dias de praia já tiverem a mesma cor que o sr fofinho tem nesta foto, então não se preocupem que já são praticamente imunes a qualquer raio de sol mais maroto.




A viagem de regresso é super tranquila e começamos logo a sentir saudades daquela ilha que tão bem nos acolheu. É na minha opinião um excelente passeio de "vá para fora, cá dentro",  apenas a 1h30 de Lisboa. Recomendado aqui pela esquina 27.

3 comentários:

Palco do tempo disse...

estive para lá ir estas ferias :)

Palco do tempo disse...

estive para lá ir estas ferias :)

CAP CRÉUS disse...

VFui lá 4 anos seguidos acampar.
Agora fiz uma pausa.
Sempre que lá vou é para me chatear com os anormais que conspurcam aquilo e anda a perseguir as gaivotas.
Adoro aquilo, pois claro!