quarta-feira, 31 de outubro de 2012

As folgas que não parecem folgas

E hoje dormi até ás 10h, fui ao hipermercado ás compras com o pai, voltamos, almoçamos e esperei pelo tecnico da máquina de lavar loiça. Na verdade já está avariada há mais de um mês, mas entre a doença da mãe papeis de apoio domiciliário e segurança social para tratar, mais idas de emergência para o hospital e noites mal dormidas, andavamos a lavar a loiça à mão. Hoje finalmente com uma folga durante a semana consegui tratar para que o técnico viesse cá a casa arranjar a máquina. E agora vou fazer aquilo que mais gosto numa folga invernosa... dormir a sesta antes de ir ao hospital fazer a visita á mãe.



Americanices à parte


Hoje é dia de Halloween, e amanhã começa o mês que mais receio. O mês de Novembro sempre foi trágico para mim, é a altura em que me sinto pior e em que tenho mais problemas. Acho que todos temos uma estação ou um mês em que nos sentimos mais em baixo, em que parece que tudo de mau nos acontece. Novembro tem umas vibrações muito densas, é o mês em que as almas e aquilo que anda entre o ceú e a terra estão mais próximos de nós. É um mês de morte e de muito pouca luz. Recordando agora todos os problemas que tenho tido por esta altura nos últimos anos, temo que seja este o último mês da minha mãe.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Já não falta mais nada...

Desde que regressei de férias, já fiquei constipada, já tive uma amigdalite, uma otite e agora dor de dentes. Por agora parece que é tudo. Será que já estou livre de doenças até ao final do ano?



Uppss já me esquecia, também caí logo na primeira semana de regresso ao trabalho. Escalavardei uma mão, um cotovelo e uma perna. Fiquei com uma inflamação nos tecidos e durante 3 noites tive que dormir com a perna ligada. Uffa!!!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Waka waka this is Africa

E estes meninos cabo verdianos são fantásticos. São as crianças mais dóceis e sociaveis que já conheci. Fizemos uma visita a escola primaria e fomos trocando olhares e brincadeiras com muitos meninos nas ruas e no mercado e o resultado foi este...












domingo, 28 de outubro de 2012

Dos miminhos que sabem bem

Em Setembro perdi a minha máquina fotográfica. Foi um desespero, porque já a tinha há 6 anos e foi o meu pai que a ofereceu. Adorava aquela máquina e nem quis acreditar que a tinha perdido. Revirei a casa toda, passei noites sem dormir pensando onde poderia estar e andei umas semanas super enervada. Porque nada está fácil, porque qualquer coisinha naquele momento era demais. Houve um fds em que fiquei a trabalhar e estava tão enervada, tão deprimida que o Sr Fofinho foi de propósito buscar-me para tomar um café nos Queques da Linha a ver se me distraía e passei o tempo todo a chorar por causa da máquina.
Passou um mês, vieram as férias, usamos a máquina dele e correu tudo bem. Já me mentalizei que não vou voltar a ter a minha querida companheira destes 6 anos. Mas o Sr Fofinho que tinha logo disponibilizado a máquina dele para mim, entendeu que eu deveria voltar a ter uma máquina, até melhor do que aquela que o meu pai me tinha oferecido. Sabe que é algo que uso bastante, principalmente por causa do blog... e como namorado querido que é, no fds passado fez uma surpresa e ofereceu uma máquina fotográfica á menina. Simples de funcionar, porque eu tiro imensas fotos mas não percebo muito disso, quem tem o curso é ele. É uma máquina compacta que tem auto ajuste e vai ser a minha nova amiga, graças ao naorado mais fofinho do mundo!

sábado, 27 de outubro de 2012

Sobre aquilo de que não se fala

Hoje deu-me para isto. Deve ser da dor de dentes brutal que tenho... Nova rubrica no blog. Vou falar sobre aqueles assuntos que regra geral evitamos. Aqueles pensamentos que castramos logo à partida, mas que nem por isso deixam de existir. Porque também é para isso que este blog existe.

Ontém a mãe foi novamente para o Hospital. Caiu outra vez e partiu umas costelas interiores. Nem vale a pena contar como se deu a queda, que para quem tem a doente mais teimosa possivel em casa, tudo pode acontecer. Vá de chamar o inem, vá de ir para as urgências acompanhada da madrinha e de uma amiga. Eramos 3 pessoas e o tempo foi passando, entre conversa e troca de pulseiras de acompanhante. Passei mais tempo do que o habitual cá fora, junto à chegada das ambulâncias. A amiga fuma e quando era a minha vez de sair fazia-lhe companhia. Normalmente quando acontece algo a minha mãe, vou para o hospital ou sozinha ou com o pai. Quando a madrinha sai do trabalho vai lá ter. Ás vezes levo o livro que estou a ler na altura para passar os tempos mortos, mas ontém com companhia não ia ler, e foi então comecei a observar quem por lá passa.
Muitas pessoas vão sozinhas para as urgências e assim permanecem.
Mais de 50% tem um acompanhante, que espera horas cá fora, entre cigarros e copos de café.
Mas apoio verdadeiro e sentido de comunidade têm os ciganos.
Aquilo que todos pensam - Ah porque fazem muito barulho, porque são arruaceiros, porque não se sabem comportar, porque não cumprem regras, porque incomodam toda a gente.
Aquilo que eu penso - alguns são assim, outros não, mas a verdade é que estão verdadeiramente lá para quem está doente. São um apoio para os filhos da pessoa que está internada, para o marido ou mulher de quem lá esteja. Saiem para ir comer, obrigam o familiar mais proximo que lá esteja a ir descansar e tomam a sua vez como acompanhante.
Fazem barulho? Sim. Por vezes são desadequados? Também. Mas não se sente ali um pingo de solidão e isso é mais do que aqueles que passam o tempo a olhar para o relógio e a fumar um cigarro a esquina têm.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A média não é famosa

Ontém fiz as contas aos livros que leio durante o ano, com uma colega minha e o resultado não é animador, embora este ano tenha sido melhor. A minha média está entre os 12 e os 15 livros lidos anualmente, sendo algum dos meus livros já ela leu primeiro que eu, contando já com uma média de 20 livros lidos este ano. Verdade que esta minha colega está numa cadeira de rodas e a possibilidade de passear, viajar e ter actividades lúdicas é menor, mas mesmo não sendo a melhor pessoa para comparar o meu nível permanece muito baixo. O ideal seria 2 livros por mês. Tenho esperança que no próximo ano o consiga fazer, já que vou ter tempo para lêr nos transportes durante o percurso para o trabalho e de regresso a casa.
Vi num dos blogs que sigo que a sua autora também foi uma semana de férias para a ilha da Boavista, ficou no mesmo hotel do que eu e conseguiu ler 3 livros numa semana! Eu tive imensa dificuldade em terminar a metade que faltava do livro Abraço e ainda li uma revista. Ir de férias com o Sr Fofinho não facilita as leituras. Quando fazemos viagens pela Europa, o livro só é lido durante as horas de voo. Mas desta vez que fomos para um destino de praia (que na realidade tb teve bastante agitação com os passeios que fizemos por lá), foi dificil mesma ler. É um namorado que precisa de muita atenção, que não quer estar na piscina sozinho, que precisa de alguém que faça brincadeiras com ele, que vá tomar com ele as refeições, que vá ao mar com ele na mesma altura, que jogue e converse. Salvo as duas tardes em que foi jogar futebol para a praia e os periodos em que passavam jogos na sport tv e eu podia ficar no quarto a ler, o livro andava só a passear pelo hotel. Bom, mas antes isto que um namorado chato que não tem vontade de fazer coisa alguma. Só tenho que arranjar uma maneira de o conseguir pôr a ler também!



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Muito "nós" na Boavista







Há vários meses que andamos numa boa fase. Acho que quando a nossa vida se complica realmente e somos colocados à prova em todos os sentidos, também conseguimos testar e perceber que tipo de apoio temos da pessoa que a divide comnosco. Os problemas têm sido tantos que deixamos de ter tempo para discutir por coisas insignificantes e temos sido bons companheiros nas dificuldades. Hoje tivemos um pequeno arrufo, que veio interromper estes 4 meses de tranquilidade amorosa. Porque eu ando cansada, porque tenho pouco paciência, porque os dilemas me consomem, porque tudo é demais neste momento. Ele porque estranha a minha ausência, porque se questiona porque estou distante, porque fica inseguro e desconfiado com pequenas coisas e eu com coisas tão grandes a acontecer irrito-me que ele tenha dúvidas pelo que é óbvio. Não se passa nada de errado na nossa relação, simplesmente um individuo não "é" por si só. É ele e as suas circunstâncias e as minhas agora mudaram e são dificeis. Tenho a mãe com uma esperança de vida inferior a 6 meses e tornou-se uma doente muito dificil de cuidar porque já atingiu a senilidade com esta doença prolongada. Tenho o pai cada vez mais consumido pela situação e com uma total incapacidade para decidir seja o que for. Tenho uma casa para organizar, gente para tratar, contas para pagar e ainda 8 casas com inquilinos completamente disfuncionais que ora pagam, ora saiem, ora não pagam, ora voltam. Os cuidados que a doença da mãe exige, implicam bastante dinheiro, para não a "despejar" num lar como muitos fariam. Além da medicação, são as fraldas, os cremes, as pomadas, os reguardos os colchões especiais para que quem esteja acamado não crie escaras. É pagar cadeira de rodas, é pagar apoio domiciliário para que venham a casa cuidar da sua higiene e bem estar. É ter enfermeiro para tratar de pensos e injecções, é comprar suplementos alimentares e fazer comidas especiais todos os dias na esperança que ingira algum alimento. É passar noites e noites sem dormir ou a caminho das urgências. É perder ordenado porque nem sempre se consegue ir trabalhar todos os dias com este cenário em casa. E é perceber como se tem dinheiro para aguentar isto tudo e ainda assim não ter insónias. É só isto que se passa na minha vida, não é falta de amor, de carinho ou atenção. Acho que a minha realidade é tão óbvia que nem percebo como se pode imaginar que se passem outras coisas que não estas, ou que se façam exigências ou se espere de mim o mesmo que tenho dado até há poucos meses, estando eu na situação limite em que estou. O arrufo passou, porque não tenho tempo para isso. Tinha simplesmente uma boa intenção que não se concretizou. Queria mostrar algum interesse, dar algum mimo e ele atrapalhou tudo. É frustrante que isso aconteça quando o outro se queixa que já não nos dedicamos, e numa rara oportunidade que surge a tentativa correr mal. Ainda assim a minha realidade não muda e por muito que lamente que esta tentativa não tenha corrido bem, tenho que lhe dar a devida importância no contexto actual. Amanhã já passou.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

This is me


Aneis grandes, com pedras semi-preciosas.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

In the City

Caiu como uma bomba a noticia na empresa... o director geral anunciou que até ao final do ano vamos mudar de instalações para o centro de Lisboa. Ora eu que sempre trabalhei no burgo e já estava no desterro de Porto Salvo há mais de 4 anos achei muito boa ideia. Venha uma boa noticia para animar o meu dia! Posso deixar ficar o carro em casa e voltar a ir trabalhar de transportes públicos. Sou das poucas pessoas que deve gostar de andar de transportes. Tenho saudades dos tempos em que lia um bom livro no cacilheiro ou no autocarro, dos dias em que me entretinha a observar quem ia para o mesmo sitio que eu e imaginava como seria a vida daqueles desconhecidos. Além disso é dinheiro que poupo nas portagens e combustivel.
Depois gosto da agitação da cidade, estava farta da pasmaceira daquele centro empresarial. Quando quero sossego vou para o alentejo e quando é para trabalhar então que seja no coração da cidade!
Já o que é bom para uns, é mau para outros. Hoje muitas meninas choravam por terem que ir para Lisboa, e sr fofinho que para já ainda vive a 5 minutos do trabalho também não ficou nada satisfeito. Será que é desta que decide vir viver cmg? :-)


Dos dias cinzentos

Estou a passar uma fase em que ganhei aversão ao trabalho. Não é o facto de ir trabalhar, que bem preciso para pagar as contas, mas ir trabalhar para aquele sitio. Já lá estou há quase 5 anos e enjoei. Sempre tive muita rotatividade em termos de emprego, quando não gostava ia-me embora, afinal é só um trabalho. Mas desta vez não o posso fazer porque o mercado em portugal não está para isso. Estou farta das pessoas, farta da rotina, farta do local, farta das mesma injustiças e incompetência! Pelo menos se me fosse embora via burros novos noutro sitio! Sr Fofinho acha que é uma mais valia trabalharmos juntos no mesmo local, mas eu já não penso assim e cada vez colocam mais dificuldades a quem é casal naquela empresa. Tenho saudades de ter uma vida com horários normais, de ter chefias normais e um trabalho que seja estimulante.
Não me sinto confortavel naquelas horas que lá passo e os dias são cada vez mais cinzentos...


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mais olhos que barriga...

Consegui acabar de ler o livro do José Luis Peixoto, que foi muito indicado para o local que escolhi para as férias, mas o livro As mulheres do meu Pai, voltou com uma página lida e é agora o que está na minha mesa de cabeceira.

domingo, 21 de outubro de 2012

O mundo dos acamados

Já faz parte da rotina cá de casa. E o que apetece fazer a quem tem que cuidar de quem está acamado é ir para a cama também! Desde que voltei ainda não tive meia hora de descanso, entre a saída da mãe do hospital, tratar de todos os papeis para o apoio domiciliario, pedir enfermeiro para vir a casa trocar os pensos e organizar uma escala de quem fica com a mãe durante a noite e ir rodando o máximo possivel por forma a mais ninguém adoecer. E depois há doentes mais ou menos complicados que outros, não só pelas suas necessidades mas essencialmente pelo seu feitio. Numa escala de 1 a 10 a minha mãe tem um 4 em necessidade de apoio nocturno. No caso de seu feitio já posso dizer que está em 10 as exigências e disparates pela noite fora. E é também por isso que muitas familias colocam os deus idosos doentes em lares. Porque têm que trabalhar e não podem passar as noites acordados, porque não aguentam o ritmo de cuidar de alguém acamado. Aqui em casa há muita responsabilidade, muita organização e boa vontade, para que isso nunca aconteça, mas que existem dias em que falta a paciência e não nos sobra saúde para fazer mais lá isso existe!


terça-feira, 16 de outubro de 2012

De volta!

Cabo Verde é maravilhoso. Fiquei com um fraquinho por África, acho que é daqueles sitios em que não existe meio termo, ou se ama, ou se detesta. Sim tem muito calor, sim tem milhares de mosquitos chatos que picam mesmo com repelente, sim o saneamento básico é praticamente inexistente e o cuidado com a água e a alimentação tem que ser redobrado (sr fofinho voltou com uma gastroentrite e ainda hoje está de cama), mas tem aquela terra vermelha, aqueles trilhos e caminhos de cabras fantásticos de percorrer e explorar. Tem uma costa maravilhosa (e que me ia engolindo... sim... quase morri afogada na praia de Santa Mónica), tem um povo simples e genuino e é seguro.
Se voltava lá? Já amanhã! Quem diz para lá, diz para as outras ilhas além da Boavista e até mesmo continente. Fiquei com o bichinho daquela terra vermelha e é certo que volto a África!

sábado, 6 de outubro de 2012

A ousadia...

Pela primeira vez numa viagem de 7 dias vou levar dois livros para ler.
Vou acabar de ler o Abraço do José Luís Peixotoo, que vai a meio e me tem feito companhia nas salas de espera do hospital. Como é um livro de pequenas crónicas foi o ideal para o último mês, mas tem sido lido devagar. Em primeiro lugar porque é um livro para ser lido pausadamente, e depois porque aquele habitual periodo de leitura antes de adormecer não tem existido. Assim o plano é ler a metade que falta no aeroporto e durante a viagem de avião.

E depois este...


que já estava na calha há algum tempo, mas não há nada como ler um livro Africano em África.

Vamos ver se dia 14 volto com os dois livros lidos!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Então é isto...

Faltam 3 dias para viajar até Cabo Verde. A minha mãe está internada na Ortopedia sem data confirmada para a cirurgia ao fémur. A mãe do Sr Fofinho vai ser internada dia 10 porque finalmente lhe marcaram a cirurgia para colocar uma protese na anca e pela qual espera já há 1 ano. Quanto a mim (atirem pedras á cruz se quiserem), acho que dentro de todas as atrapalhações que nos têm acontecido, esta nem é a pior de todas. É que eu não sou médica, pelo que não faço cá falta em nenhuma das cirurgias. A zona da anca pede uma recuperação cuidada e demorada, pelo que o pior está para vir. Aliás tenho a certeza que quando ambas voltarem para casa vão precisar muito de nós e conseguiremos ajudar mais depois de descansarmos 1 semana. Sei que é estranho não estar e Portugal no dia em que são operadas, sei que vamos ficar preocupados, mas também tenho o pragmatismo de pensar que é melhor descansar agora, porque aquilo que aí vem não vai ser nada fácil.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Voltei a ser eu

Como bicho raro que sou, funciono ao contrário da maioria. Pequenas coisas vão moendo a minha paciência, As contrariedades diárias vão consumindo o meu bem estar. Situações inesperadas por minimas que sejam levam-me ao desespero. Estou numa fila de trânsito e choro porque vou chegar tarde. Perdi a máquina fotográfica e choro porque é coisa que nunca me aconteceu na vida. Não sei onde coloquei as chaves de casa e berro com os cães que se atravessam á minha frente e dificultam a minha busca do objecto perdido. Ando um caco, não durmo bem, a alimentação é feita de qualquer forma e ando sempre a correr para tudo quanto é sitio.
De repente há um click. Uma situação mesmo grave. A minha mãe caiu esta manhã e está internada a aguardar uma cirurgia ao fémur. Não existem muitas palavras para descrever a noite de ontém e as horas que se passaram até agora. Desde as crises de falta de ar, aos vómitos, aos delirios, a passar a noite acordada até ás 4h da manhã porque de 10 em 10 minutos a minha mãe se levantava da cama para fazer alguma asneira e eu a perseguia pela casa com medo que o pior pudesse acontecer. Pois, aconteceu. Hoje de manhã depois de já ter sossegado e dormido 5h, perguntei o que queria comer e fui á despensa buscar. Estava calma, mas ainda assim disse-lhe que ficasse sossegada na cama, que ia só á cozinha buscar um fortimel e estaria de volta. Toca o telefone ... alguém a  perguntar como tinha passado a noite. Passaram 5 minutos e começa a chamar. Fez tudo aquilo que lhe disse para não fazer. Levantou-se da cama, foi trocar a blusa do pijama, caiu e rachou o fémur.
Tive o sangue frio (que é coisa que sempre me assiste quando a situação é grave) de lhe perguntar se lhe doia algo e como se sentia. Apalpei, toquei e percebi que lhe doia a zona da anca. Estava sozinha em casa e liguei para uma amiga que vive próximo para me vir ajudar, em 10 minutos ela estava em minha casa. E foi assim que este ser frágil e hipersensivel teve a inteligencia e o sangue frio de ficar junto da mãe até a amiga chegar. De não deixar de forma alguma que ela mudasse de posição ou de a deslocar do sitio onde estava. De chamar o inem, e com a maior das calmas lavar a cara e os dentes, por creme, vestir-me, colocar uma garrafa de água na mala, umas bolachas e uma maçã e os exames da mãe para mostrar ao inem. ECG com 1 semana, guia de tratamento, informação da citigrafia feita ontém. Informar que a mãe é alergica á penincilina. Deixar que fosse na ambulância, avisar o médico dela, que estava a ir para o hospital e ir buscar o pai ao barbeiro para irmos juntos para o hospital.

Pequenas coisas destroçam-me. Grandes coisas fazem de mim alguém coerente, responsavel, controlada. Alguém que domina a situação. Alguém que liga para a familia a explicar o que se passou e ouve do outro lado da linha um grande choro e uma lamúria de - Ai e agora? E o que é que vamos fazer?
E responder calmamente - Nós não vamos fazer nada. A mãe vai ser operada, vai correr tudo bem e quando voltar para casa vou fazer uma escala com turnos para nos organizarmos de forma a ficarmos com ela. De resto é esperar e ser positivo.
E hoje finalmente escrevo mais do que meia dúzia de linhas, enquanto sei que ela está internada na ortopedia e tem todos os cuidados necessários. E hoje estou calma. Sinto-me sensata de novo, organizada, em controlo da situação, porque no fundo não há mais ninguém para fazer aquilo que eu faço e tomar as redeas da situação. E se eu pudesse escolher, essa pessoa não seria eu. Não teria sido eu a chamar o inem nem a estar em casa com ela. Não teria sido eu a assinar o consentimento para a cirurgia, quando sei que é aquilo que mais a assusta neste mundo, apesar de ser necessário.
Mas já que sou eu a ter que fazer tudo isto, que seja bem feito. E ainda sobra tempo para consolar os outros e dizer que vai correr tudo bem.
Daqui a 15 dias posso chorar patéticamente porque perdi mais um brinco e porque coitadinha de mim mimimi tudo me acontece! Mas até lá vai correr tudo bem com a minha mãe.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

This is me

Camisolas de malha branca.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Faltam 7 dias

Para ir de férias, tudo por generosidade da minha familia que se conseguiu organizar para puderem ficar com a minha mãe na semana em que estarei ausente. Fica bem entregue com uma das médicas da familia aqui em casa. Ainda assim não tenho o mesmo entusiasmo dos outros anos. Já olhei para a mala e não tenho vontade de a fazer, mesmo sabendo que vou de férias com o namorado, para um sitio paradisiaco onde posso descansar e fazer nada que é do que preciso muito. Sei que o pior ainda está para vir e que vou descansar na altura certa, com a pessoa certa no sitio certo, mas ando tão consumida por esta ansiedade, tão deprimida com tudo aquilo que está a acontecer que ainda não consegui entrar em modo de viagem.