segunda-feira, 30 de junho de 2014

A montanha russa dos afectos

Não gosto de montanhas russas. E este post poderia simplesmente ficar por aqui... mas não fica. 
Porque todos podemos ou não embarcar em montanhas russas na nossa vida. Quando nos pedem para sair da nossa zona de conforto e nos indicam que o melhor caminho para nós seria aquele, já estamos em pleno movimento e em subida. Investimos e criamos balanço para ganhar a coragem de fazer algo que nunca imaginamos, algo que esperam de nós e ao qual queremos corresponder. Só que nas montanhas russas clássicas quando chegamos ao topo respiramos fundo e fazemos a preparação para afundar. Na vida real isso pode acontecer ou então o inverso... os carris começam a puxar para trás quando nós já estavamos mesmo á beira do abismo. A origem que deu inicio ao movimento deixa de estar presente, de acompanhar e de corresponder e nós ficamos pendurados no topo da montanha a pensar: se agora desço talvez já não volte a subir. Quantos movimentos destes terei que fazer mais? E porque motivo é que faço um esforço tão grande a subir, para quando finalmente me sinto pronta a pelo menos tentar, ficar novamente desamparada lá em cima? Eu não gosto mesmo de montanhas russas e cada vez me apetece menos andar nelas. Talvez quem goste de mim, tenha que entender que eu sou assim... alguém que ou é constantemente acompanhada ou então se desinteressa desse propósito.
Não gosto mesmo de montanhas russas e não tenho vontade de gostar, nem de sequer tentar. O estranho é que fico sempre pelas tentativas, porque não tenho rede lá em baixo que me segure. E não há problema nenhum em não segurar a rede nem corresponder à escalada, desde que não se espere que o outro suba a montanha.




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