quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Praia da Manta Rota ou...




A barbárie do mês de Agosto. Nada me preparou para a quantidade de seres fantásticos que encontrei nas areias da Manta Rota em Agosto. Eu estava habituada a esta ir a esta praia com os meus pais no final de Setembro e era muito sossegada.
Nos últimos 5 anos temos feito praia em Almancil e ali apanhamos as elites da quinta do lago, praia do ancão, garrão e vale de lobo. Já nos habituamos ao parque de estacionamento de luxo dessas praias, ao café por 1 euro e meio e as carradas de famílias com filhos em escadinha, mais as primas e as tias com as sobrinhas, todas com fatos de banho a condizer, correntes de prata ao pescoço com uma medalha religiosa e outra com a inicial do nome, sendo que todas se chamam, carminhos, rosarinhos teresinhas, marianas ou purezas. É um género que ou se gosta mais ou menos, mas que não chateiam ninguém. São gente pedante mas educada e que não incomoda nenhuma outra família na praia. Eis se não quando, no último fds de férias, Sr Fofinho me diz - eu não conheço a Manta Rota. Tu ias lá tanto com os teus pais que me podias mostrar como aquilo é. Vamos num domingo que se calhar apanhamos menos gente, com a troca da quinzena de férias. 40 km depois chegamos a um reino fantástico. É que eu também não fazia ideia do que é a Manta Rota em Agosto. Foi fácil estacionar pela hora a que chegamos e porque tivemos sorte. Mas quando chegamos à praia, já havia muita gente no areal e de cada vez que voltávamos da água estava mais gente, ao ponto de ter toalhas estendidas a 20 centímetros da minha. Logo eu que detesto gente a invadir o meu espaço! Houve uma altura em que olhei em volta e me senti como um descobridor que chega ao reino do Prestes João e vê tantos seres fantásticos pela primeira vez. A qualquer momento podia surgir dali um ciclope ou um ciápodes. Eram crianças aos ginchos a arrastar boias e barcos por todos os lados.Gente feia, torta, mal feita, com banhas e calos nos sítios mais improváveis, biquínis que faziam saltar carnes por todos os lados e pelos onde não deviam estar. Eram pais que comiam frango assado e limpavam as mãos aos calções, gente que escarrava para a areia, arrotava alto e dava puns. Tudo a 50 metros uns dos outros. Não era uma praia, era um acampamento de selvagens! E é nestas alturas em que eu penso como um novo surto de peste negra fazia falta em certos sítios....

1 comentário:

Cynthia disse...

Opa... lol, que descrição mais medonha! Odeio odeio odeio praia com gente ao meu colo. Causa-me imensos nervos!!